segunda-feira, 26 de março de 2018

Tipos de candidiase

Existem diversos tipos de infecções fúngicas causados pelos fungos Candida, mas podemos dizer que existem, de modo geral, 6 tipos principais de infecções. Cada uma causada por uma espécie diferente de fungo, afetando áreas diferentes do corpo. Confira:

Classificação segundo manifestação

Por poder afetar diversas partes do corpo, a candidíase pode ser classificada de acordo com a área afetada e o tipo de manifestação. Confira os principais tipos de manifestação da doença:

Candidíase oral

A candidíase oral se caracteriza por lesões brancas de aspecto cremoso na boca, afetando a língua, parede interna das bochechas e no palato (céu da boca). Também chamada comumente de “sapinho”, ela é mais frequentemente vista em bebês, idosos, pacientes que passam por quimioterapia e pessoas com AIDS ou outras condições que comprometem o sistema imunológico.
Existem diversos tipos de candidíase oral:
  • Candidíase oral pseudomembranosa:ocorre geralmente sem dor e causa a presença de manchas brancas como a de coalhada na boca, que podem ser facilmente removidas.
  • Candidíase oral eritematosa aguda: há a presença de eritemas (erupções cutâneas na bochecha) e dor, especialmente na língua. É comum depois do uso de antibióticos orais.
  • Candidíase oral hiperplásica crônica: há a presença de manchas fortes nas bochechas ou na língua. Elas não são facilmente removidas e são mais comuns em fumantes e homens com mais de 30 anos.
Nos casos de candidíase oral, o paciente normalmente se queixa de ardência, diminuição do paladar e a sensação de ter um algodão na boca. Se a candidíase oral se alastrar para o esôfago, o paciente pode relatar dificuldade ao engolir.

Candidíase vaginal

Causada mais comumente pela Candida albicans, a candidíase vaginal afeta 3 em cada 4 mulheres e é muito comum em mulheres na idade fértil, pois a vagina é um ambiente quente e úmido, facilitando a proliferação do fungo. Ela ainda pode ocorrer durante a menopausa, apesar de ser menos comum.
Também é conhecida como vulvovaginite causada por cândida e é muito comum em mulheres:
  • Portadoras de diabetes mellitus;
  • Que sofrem de alterações hormonais;
  • Que possuem predisposição genética;
  • Que fizeram uso recente antibióticos;
  • Que estão com o sistema imune comprometido.
O sintoma mais típico da candidíase vaginal é a coceira na região íntima, aliada a uma sensação de ardência ou queimação ao redor da vulva. As dores tendem a se agravar nos períodos pré-menstruais ou durante o sexo.
Um outro sinal frequente é o corrimento vaginal. Ele normalmente é esbranquiçado, espesso, inodor e de pequeno volume.

Candidíase no pênis

A candidíase peniana é muito menos comum do que a candidíase vaginal, mas mesmo assim pode acontecer. A má higiene do pênis e o uso de fraldas geriátricas são fatores que podem proporcionar o aparecimento da doença em homens.
Assim como os fatores de risco, os sintomas da candidíase peniana são muito parecidos com os da candidíase vaginal. Eles incluem vermelhidão, inchaço, dor na glande, coceira e ardência durante o ato sexual. O surgimento de placas brancas, semelhantes às que aparecem na língua nos casos de “sapinho”, também são comuns.

Candidíase do esôfago

O principal sintoma da candidíase esofagiana é a dor ao engolir, chamada de odinofagia. Entretanto, ao contrário da candidíase oral, que pode ocorrer eventualmente em pacientes saudáveis, a candidíase do esôfago é um sinal claro de problemas no sistema imune.
A infecção por HIV e outros fatores que causam a imunossupressão são as causas mais comuns para esse tipo de problema.
Quando infectados pela candidíase no esôfago, os pacientes também relatam sentir uma dor no peito, atrás do esterno (osso que fica no centro do tórax).
Seu diagnóstico é feito através de uma endoscopia digestiva alta.

Candidíase na pele (intertrigo)

Também conhecida como intertrigo candidiásico, a candidíase na pele se caracteriza por placas vermelhas na pele, que podem coçar ao até mesmo doer. Essas placas normalmente aparecem nas dobras do corpo, como nas axilas, bolsa escrotal ou embaixo das mamas. A essa inflamação, que ocorre onde duas partes da pele se encostam, se dá o nome de intertrigo.
A candidíase na pele se manifesta nessas regiões porque elas estão particularmente mais susceptíveis ao aparecimento de intertrigos, já que são regiões úmidas e quentes, o que favorece a proliferação de germes e, principalmente, de fungos.

Candidíase disseminada

Essa é a manifestação mais preocupante da candidíase. Como o próprio nome dá a entender, ela ocorre quando o fungo se multiplica de forma descontrolada, se proliferando para outras regiões do corpo que normalmente não são afetadas, como rins, olhos, coração, fígado, ossos e outros órgãos essenciais.
O sistema nervoso também pode ser invadido, trazendo uma série de complicações. Esse tipo de candidíase é considerado um caso grave, especialmente porque o paciente que sofre desse sintoma já está imunossuprimido.

Classificação segundo espécie

A candidíase também pode ser classificada de acordo com a espécie responsável por causar os sintomas. Confira uma lista com as 6 principais espécies de Candida que podem afetar o organismo.

Candida albicans

Essa é a espécie que mais causa infecções fúngicas, sendo responsável por mais ou menos 50% de todos os casos de candidíase. É uma espécie oportunista por natureza e ataca justamente quando o organismo está mais frágil.
Se você está com a imunidade baixa, se a flora bacteriana natural da pele se encontra desregulada por causa de antibióticos, estresse, ingestão excessiva de carboidratos ou disfunções hormonais, a Candida albicans pode atacar várias partes do seu corpo.
Os sintomas mais comuns dessa variação são:
  • Fadiga;
  • Inchaço;
  • Gases;
  • Ansiedade;
  • Depressão;
  • Vaginite (inflamação na vagina);
  • Coceira na pele;
  • Dificuldade de concentração e memória comprometida.
Quando não tratada corretamente, esse tipo de candidíase pode se espalhar e levar à infecção sistêmica por meio da corrente sanguínea, permitindo que inúmeras doenças aconteçam.

Candida tropicalis

Essa é a segunda variação mais comum da candidíase. A Candida tropicalis é responsável por 30% dos casos de infecção sanguínea de candidíase no sangue. Ela normalmente cresce no intestino e se alastra para a pele, especialmente em pessoas com diabetes, leucemiae linfomas, causando uma série de problemas, incluindo diarréia, gases, dores de estômago, irritação na pele, coceira eczemas e urticária.
Candida tropicalis também é uma das responsáveis pela candidíase vaginal. Caso a doença se alastre para o resto do corpo, ela pode afetar o sistema nervoso e resultar em depressão, dores de cabeça, e perda de memória.
Apesar de não ser tão agressiva quanto a Candida albicans, a cada dia que passa, essa variação tem se tornado cada vez mais resistente à antifúngicos, o que dificulta seu tratamento. Mas isso não é de tanto mal, pois uma nova variedade de antifúngicos foi descoberta e tem resultados efetivos quando combinados com mudanças na dieta e no estilo de vida.

Candida glabrata

Infecções mucosas e sistêmicas causadas pela Candida glabrata têm crescido nos últimos anos, como dizem os dados dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos.
Ao infectar um paciente, pode trazer complicações como aftas, que normalmente se apresentam com uma coloração branca e cremosa, e um aumento pequeno de lesões na boca. Esses sintomas podem ter como consequência dificuldade de engolir alimentos ou então febre, caso a infecção se alastre até o esôfago.
Apesar de ocorrer mais em bebês, crianças, idosos e pessoas com problemas na imunidade, a afta pode afetar qualquer pessoa e, caso não seja tratada, pode se espalhar para outras partes do corpo incluindo os pulmões e o fígado de pessoas imunocomprometidas.

Candida parapsilosis

Candida parapsilosis está envolvida em mais ou menos 30% das infecções por Candida que afetam as unhas e os tecidos. Também está envolvida em em casos de fungemia (infecção fúngica do sangue).
Essa variação da doença causa sintomas similares aos da gripe, mas com mais intensidade. Além disso, pode causar fadiga e infecções sistêmicas, especialmente em pessoas com o sistema imune debilitado.
É altamente resistente à medicamentos antimicrobianos, o que causa medo em hospitais, especialmente na Europa.

Candida krusei

Uma variante mais rara, a Candida krusei é responsável por somente 1% de todos os casos de candidíase. Está muito associada com a diarréia em crianças e, em poucos casos, candidíase sistêmica.

Candida lusitaniae

Outra variante rara, a Candida lusitaniae também é responsável por somente 1% de todos os casos de candidíase. Pode causar candidemia (presença do fungo da cândida na corrente sanguínea), além de candidíase sistêmica, incluindo sepse (um tipo de infecção generalizada) e pielonefrite (uma inflamação no rim causada por infecções).

Vaginose bacteriana

Por serem parecidas, a candidíase pode ser facilmente confundida com a vaginose bacteriana (VB). A vaginose bacteriana é outro tipo de infecção vaginal em que, diferentemente da candidíase, o fluxo vaginal apresenta um corrimento branco-acinzentado e viscoso, além de um odor fétido característico, semelhante ao de peixe podre.
Confira abaixo uma tabela comparando os tipos de fluxo vaginal para que você não se confunda na hora de falar com o médico sobre suas suspeitas:
Tipo de fluxoCorCheiroTextura
Fluxo Vaginal NormalTransparente e ligeiramente brancoSem odorLíquida
Fluxo Vaginal com Infecções Causadas por FungosBrancoSem odorEspesso e granuloso
Fluxo Vaginal com Infecções Causadas por BactériasBranco-acinzentadoMau cheiro (peixe podre)Granuloso

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